Vozes de júbilo ecoam pelas montanhas de São João quando vem a luz da rede geral. É uma festa e ouvem – se vivas, bater de palmas, corridas aqui e acolá porque a luz veio. Passados alguns minutos, lá vem a escuridão. Com ela a tristeza e a frustração tomando conta das crianças, jovens e adultos.
Quando a luz da rede geral vai, algumas pessoas ligam os seus geradores particulares e que ninguém quer chamar de fonte alternativa. Barulho do roncar dos geradores perturbam o sono de quem quer descansar depois de um dia de trabalho na lavra, na praça ou na empresa.
Quem não tem gerador em casa espera ansiosamente pela vinda da luz. As crianças e jovens sentem-se frustrados porque a telenovela brasileira já está passando. Perder um capítulo do episódio é uma agonia que não termina. Os mais velhos estão aflitos porque a carne e o peixe vai descongelar nas arcas. E mais, no fim do mês lá vem a factura da Empresa Nacional de Electricidade (ENE) a exigir a factura do pagamento da luz que não foi consumida.
O vai e vem da luz não se parece nada com o vai-vem do espacial porque o da luz acarreta muitos prejuízos: aparelhos queimados. Quem quiser proteger os seus electrodomésticos tem de gastar dinheiro comprando aparelhos protectores.
Quando a luz não vem ao bairro do São João aumenta a criminalidade. O bairro já em si revela um elevado índice de criminalidade. A falta de luz corta abruptamente as aulas nas escolas e isto acontece toda a semana.
Por isso, quando a luz restabelece soa pelas montanhas de São João vozes de júbilo. Viva a luz que nos vai dar por alguns momentos a televisão, a agua fresca, o peixe, carne e as aulas.
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